domingo, 15 de agosto de 2010

Dia 10 - Lucas

A
inda me lembro daquela noite, mesmo hoje tantos e tantos anos depois, o calor do seu corpo ainda passa pelas minhas mãos e seu rosto adormecido paira na minha mente. Não importa o tempo que passe, sempre vou chorar por você. Do mais profundo abismo eu pude me erguer quando nossas vidas se cruzaram na audácia do destino, aquela criança brincalhona! O mundo virou de pernas pro ar e você conseguiu, quase sem querer, me mostrar que a vida estava apenas começando que ainda havia um grande caminho à percorrer, um caminho muito mais longo do que um dia eu imaginei. Toda àquela vida transparecia em seu semblante e me lembrava do que realmente era viver! Pude então ser feliz com poucas palavras e consegui voar para os céus mais longínquos do mundo! Os gramados verdes cobertos por aquelas flores coloridas não tinham fim e era só eu e você. Claro, isso tudo na minha cabeça, na minha insanidade. Cada vez mais aquele lugar estava me deixando mais e mais louco, não tinha mais cabeça pra ficar naquele sótão. Cada parece era uma lembrança e aos poucos comecei a ver tudo aquilo que tinha conseguido esquecer. Viu teu casamento, você vestida toda de branco, como um anjo que se perdeu dos céus, o cabelo moreno voando com seus movimentos como se fosse uma ninfa vinda da mitologia, seu sorriso ao me ver, e o brilho dos olhos que me dominava a cada vez em que nos víamos. Senti no ar, a sua surpresa de me ver depois daquela conversa em que ambos choramos e eu sai na noite procurando esquecer o que tivera acabado de viver, rasgando o peito e pisando fundo no acelerador. Mas o seu abraço me acalentou embora o velho demônio branco tivesse me possuído quando olhei nos olhos dele, o seu noivo...
Todas essas lembranças infectavam minha mente aos poucos e ia lembrando das coisas tinham se apagado da memória para minha própria proteção. Tudo por causa daquela situação, daquele MALDITO sótão! Sentia que Gabriel também estava perturbado, entretanto não havia nada que pudéssemos fazer...

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